Virou moda, recentemente, a empresa perguntar para o candidato, se ele tem vivência de voluntariado. Talvez algum selecionador leve em conta a personalidade colaborativa do candidato, pensando na disponibilidade em ajudar sem interesse pecuniário; um filantropo. Pode até ser verdade, mas quero considerar aqui a necessidade pessoal do voluntário em investir no seu próprio desenvolvimento humano.
Considero o voluntariado mais benéfico a quem age do que a quem recebe os seus serviços. Por ser o voluntário, um amador, nem sempre é o profissional específico da necessidade do beneficiado, seja na saúde, seja na educação ou em outros campos. Por vezes, é somente um voluntário disposto a ouvir lamentos e reclamações, sem, na verdade, poder fazer nada diante a tantas demandas, mas um ouvido atento e disponível, talvez o único na vida daquela pessoa que tem tanto para reclamar.
Isso já é um grande benefício; e o voluntário sai do encontro com mais uma vivência que beneficia o seu crescimento pessoal, seja por sentir útil, seja por vivenciar mais situações da vida, sem ter que passar pelo sofrimento do outro. “Nada substitui a experiência!”
Dr. Pedro Santo Rossi, psicólogo, voluntário do HEFC
Matéria da Semana publicada no jornal Regional News