Cada vez mais a mídia publica notícias e análises sobre relações abusivas no lar, no trabalho ou em outras relações interpessoais. É a necessidade de um basta! Nas psicoterapias recebemos pessoas arrasadas, com a autoestima destruída e pensamentos suicidas, decorrentes desses processos, demandando muita psicoterapia para superar o sofrimento causando por uma pessoa ou grupo de pessoas, com atitudes de perversão.
Nesses casos, é frequente o isolamento social da vítima e uma crescente agressividade do abusador, dirigindo seu foco para pequenas contrariedades geradas pelo humilhado a ponto deste perder, pouco a pouco, a autoestima. Vez por outra, o abusador oferece presente, surge convite para almoço dos colegas de trabalho, simulando um clima de alívio.
Na arquitetura do sofrimento causado por perversos não há espaço para empatia, pois, se compreende o outro parcialmente, somente naquilo que interessa agredir e destruir. “Não se faça de vítima!” é uma expressão usada por abusadores, porque, para o perverso, foi o abusado que provocou a irritabilidade, a agressão ou o estupro, aprofundando o sentimento de desvalor. Pior ainda, após um interminável sofrimento, com a autoestima destruída, não é raro ouvir de pessoas próximas: porque você não reage? É o tipo de comentário que aprofunda ainda mais o sofrimento.
Dr. João Palma Filho
Psicólogo – CRP 146.528
Matéria publicada no jornal Regional News, edição 1560.