Justificando as escolhas

Há sujeitos que frequentemente elegem alguém em especial para justificar as escolhas realizadas, até mesmo as mais banais, e que não afetam esse outro. Emerge de si a necessidade de buscar um amparo, de maneira a afirmar para si mesmo o que fez de melhor. Essas dúvidas podem resultar em sofrimento, principalmente quando geram ainda mais indecisões acerca das escolhas realizadas. Parece que se entra num círculo vicioso. É um comportamento que pode advir dos primórdios da infância, portanto, tem causas que o determinam e passa a ser um caminho conhecido, em razão, por exemplo, da eleição de outro sujeito como par ideal, conselheiro e que transmite uma segurança.

Entretanto, a depender de como se estabelecem limites, esses relacionamentos podem, também, gerar relações abusivas. Importa considerar que mesmo se afastando daquela relação, outro sujeito pode vir a ocupar aquele lugar e suprir aquela necessidade. São as repetições. Então, são as experiências positivas do passado que ratificam a recorrência a outro sujeito para justificar as escolhas. Algo que não tem fim, ainda que racionalmente se reconheça que essa dependência pode lhe causar sofrimento. Ele busca o lugar de conforto e esse lugar conhecido também o faz sofrer.

A possibilidade de mudança requer, nesses casos, um percurso analítico partindo da indagação do sujeito acerca do porquê da necessidade de justificar suas escolhas.

Dr. João Palma Filho
Psicólogo – CRP 146.528
Matéria publicada no jornal Regional News, edição n°1618

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