Quando uma pessoa recebe o diagnóstico de câncer, geralmente alguém da família de origem, da família atual ou, ainda que não tenha consanguinidade, esteja integrado à família, passa a assumir os cuidados, principalmente quando há uma maior fragilidade. Lembramos que o diagnóstico faz emergir o medo e a tristeza, envolvendo a todos.
Assim, considerando-se que o grupo desenvolveu sentimentos de amor e respeito, irão compartilhar as atividades para oferecer o melhor atendimento à pessoa com câncer. Contudo, pode ocorrer uma manifesta concorrência entre os familiares buscando demonstrar quem mais auxilia, provocando-se o isolamento entre eles e muitos se declarando cuidadores.
Outra situação, que pretendemos destacar aqui, é a possibilidade de solidão do cuidador, quando se vê ao longo do tempo, isolado socialmente com a pessoa com câncer, mantendo eventual contato pelas redes sociais com os demais familiares. Portanto, a organização do quadro familiar, para o enfrentamento da doença, depende da qualidade das relações interpessoais, com repercussão na saúde mental da pessoa do cuidador informal, podendo agravar a ansiedade e provocar depressão, em razão do estresse, isolamento, mudança na rotina, tristeza e medo, presentes no seu cotidiano.
Dr. João Palma Filho
Psicólogo – CRP 146.528
Matéria publicada no jornal Regional News, edição n°1561