Na semana passada comentamos sobre a ansiedade resultante de uma falta de planejamento das atividades que se pretende realizar. Hoje vamos falar sobre a culpabilização das questões envolvidas com a ansiedade.
Evidentemente muitas atividades se acumulam no final de ano. Nas escolas há as provas finais. No trabalho, o encerramento das atividades. Normalmente ouvimos as pessoas culparem a “correria de final de ano” pela ansiedade gerada, muitas vezes por conta de uma falta de planejamento. Entretanto, há eventos externos sobre os quais se pode exercer controle, diminuindo a sensação de ansiedade.
Essa é uma questão que importa para a psicoterapia, pois à medida que se atribui ao outro a responsabilidade pelos eventos que se acumulam, diminui o sentimento de culpa, mas não se consegue superar um certo mal-estar no campo emocional. Algumas pessoas têm a sensação de que teria possibilidade de se gerir o tempo de uma maneira mais eficiente, mas não o faz. Então fica mais fácil culpar alguém, ou todo o mundo. Um dos objetivos da psicoterapia é ver-se implicado nas escolhas que se faz tendo o conceito de gestão de tempo mais presente no cotidiano.
O conceito de gestão de tempo é geralmente utilizado em empresas mais eficientes, entretanto, pode-se empregar na rotina. Ele cabe no dia a dia e algumas perguntas devem ser feitas a si mesma. Dentre elas pode-se indagar sobre o quanto do tempo se gasta, por exemplo, com eventos ou redes sociais e como se pode pensar no tempo em termos de investimento.
Gastar o tempo é uma coisa, outra é investir o tempo de maneira a reduzir a ansiedade e aumentar o prazer de ter realizado algo da melhor maneira. Cabe perguntar-se sobre as prioridades e quais atitudes positivas se pode adotar, bem como saber dizer não a outras.
Dr. João Palma Filho
Psicólogo – CRP 146.528
*Matéria publicada no Regional News, ed. 1488 13 dez de 2019