Vamos comentar sobre as condições pessoais diante dos problemas que surgem no cotidiano. Em algumas oportunidades, observamos em instituições que cuidam de pessoas com déficit intelectual que o familiar deixava de ter atenção consigo mesmo, chegava a perder a identidade e, em alguns casos, resultava em doenças graves. Nos casos de cuidador de pessoa com câncer, não é muito diferente.
O envolvimento emocional, muitas vezes, sugere o impedimento dos cuidados consigo mesmo e a expectativa lançada pelo círculo social mais imediato exige uma prioridade no atendimento da pessoa com câncer, fazendo com que a própria saúde seja relegada a um plano de descuido, presumindo-se a dedicação ao outro como oposição aos próprios cuidados, por categorizar como egoísmo. Cabe refletir que quanto melhores as condições do cuidador, tanto maiores são as chances de cuidado do outro.
Estamos falando de saúde física e de saúde mental. Por esse motivo, a dedicação aos cuidados do outro não exclui os cuidados de si mesmo e, também, não é o caso de se postergar para o futuro, porque esse futuro pode estar distante. Nesse particular o empoderamento tem como significado saber buscar recursos para excelência nos cuidados do outro e tem como base a aprendizagem do cuidador e a reorganização das suas forças interiores.
Dr. João Palma Filho
Psicólogo – CRP 146.528
Publicado na edição n°1520 do jornal Regional News