Em novembro de 2020, o IBGE divulgou que aproximadamente 52% do brasileiros, com mais de 18 anos, receberam diagnóstico de doença crônica: hipertensão, colesterol alto, diabetes, asma, cardiopatia e câncer, entre outras. Notícia sem maior destaque por conta da pandemia. Com o diagnóstico da doença crônica, surgem prescrições médicas e recomendações.
Todavia, nem sempre há aderência aos cuidados recomendados e inúmeras pesquisas apontam para as complicações decorrentes da automedicação, que mascara sintomas e com consequências nefastas para o organismo. A contemporaneidade favoreceu a busca na internet por soluções
instantâneas e há pessoas que desvencilham-se dos extensos cuidados prescritos pela medicina, como se a saúde fosse apenas a imagem exibida nas redes sociais. As tecnologias privilegiam um corpo idealizado para essas redes, uma necessidade de aceitação pelo outro. Entretanto, nas doenças crônicas, o seu agravamento pode decorrer dos cuidados passiveis de serem desprezados pelo psiquismo, diante das exigências de perfeição e possibilidades de automedicação.
A negação da doença crônica é um tema relevante para a psicoterapia, um ponto de partida para reconhecer a necessidade de autocuidado e aderência ao tratamento.
Dr. João Palma Filho
Psicólogo – CRP 146.528
Matéria publicada no jornal Regional News, ed. 1567