A doença crônica e a desorganização do sujeito

Após o diagnóstico de uma doença crônica, assim classificadas aquelas que exigem um cuidado mais frequente e por longo tempo, como por exemplo, doença renal ou câncer, geralmente o sujeito desorganiza seu mundo interno, suas emoções transitam entre momentos de alegria e tristeza, surgem reflexões, um labirinto de sofrimento sem fim.

Por conta das expectativas, dificuldades em lidar como o imprevisível, há um aumento da ansiedade, após a realização dos exames das condições bioquímicas, principalmente quando não apontam uma melhora significativa. Entre o resultado de um exame e a consulta com o profissional de medicina, aumenta ainda mais a ansiedade.

Quando recebemos na clínica pessoas com esses quadros mais severos é pronunciada a desorganização desse mundo interno, em alguns casos a negação da própria doença, bem como outros sintomas, principalmente quando ocorreram casos semelhantes na família com um desfecho que ensejou sofrimento e luto. São vidas em uma dimensão complexa, que exige muito cuidado, com o propósito de se favorecer o tratamento.

Nesse quesito, o trabalho do profissional de saúde mental é imenso, buscando propiciar condições para o paciente organizar-se emocionalmente e desenvolver a atenção no cuidado de si, percebendo o corpo como aliado.

Dr. João Palma Filho
Psicólogo – CRP 146.528
Matéria publicada no jornal Regional News, edição n°1605

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