A ancestralidade é um elo essencial que conecta indivíduos aos seus antepassados, transmitindo heranças culturais, tradições e conhecimentos que moldam a identidade de gerações.
Nego Bispo, pensador quilombola, destaca que a ancestralidade não é apenas uma memória do passado, mas um saber situado e dinâmico, que guia os povos marginalizados na busca por resistência e fortalecimento. Ele compreende como um recurso contínuo, que transcende o tempo e se adapta aos desafios presentes.
No campo da saúde, essa conexão ancestral pode ter um papel crucial na recuperação de doenças. No Brasil, um estudo¹ sobre espiritualidade e câncer demonstrou que crenças religiosas e práticas culturais, muitas vezes herdadas de gerações, ajudam a reduzir o estresse e promovem uma maior resiliência emocional em pacientes com doenças crônicas, como o câncer.
Além disto, práticas integrativas e complementares, como a fitoterapia e rituais espirituais, são frequentemente combinadas aos cuidados que, além de complementar os tratamentos médicos, fortalecem o bem-estar físico e emocional².
Portanto, a ancestralidade é um suporte profundo e cria vínculos afetivos e culturais à própria história e comunidade. Gera a noção de pertencimento e reforça o fortalecimento psicológico e emocional, essenciais para a recuperação em um tratamento.
¹Rev. Bioét. 30 – Oct-Dec 2022
² Ciênc. saúde coletiva 29 – 26 Ago 2024Set 2024
Tamires Santana
Assessora de Comunicação HEFC