Teotônio Vilela

Era 1983, primeiro semestre, não lembro bem a data. Eu havia acabado de me mudar para Maceió, iniciando uma nova atividade profissional, quando fui participar de uma atividade no Clube dos Diretores Lojistas; era uma palestra do senador Teotônio Vilela.

Já bem abatido, não sei se pela doença, ou pelo tratamento, estava careca e apoiava-se numa bengala, mas ainda soava forte a voz e parecia ainda acreditar nos projetos que tinha para o futuro. Misturava suas abordagens entre as dificuldades do corpo diante às enfermidades com as dificuldades políticas e econômicas da nação.  Disse que aquilo não era doença, era impertinência. Algo que prejudicava suas andanças no maior dos seus projetos.

Declarou que o enfrentamento do câncer, trazia forças para enfrentar o governo, pois por pior que fosse não oferecia mais perigo que a sua própria moléstia. Perdera o medo de morrer e resolveu oferecer seu último legado, sua luta pela redemocratização. Sem medo de perder a vida, ganhou mais fama, virou música:  “Menestrel das Alagoas” (Milton Nascimento – Fernando Brant).

Dr. Pedro Santo Rossi, psicólogo voluntário

www.psirossi.com

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