A saúde mental dos cuidadores informais

Num grupo de cuidadores informais de pessoas com doenças crônicas, ouvimos um comentário destacando que seus familiares indagavam sobre o estado de saúde da pessoa com a doença crônica, mas não perguntavam sobre a saúde do cuidador. Havia um misto de tristeza e ressentimento, compartilhado entre os demais.

Em grupos que participamos no passado, nos casos de cuidadores informais de pessoas com déficit intelectual, manifestava-se o mesmo sentimento. Muitos cuidadores desenvolvem uma baixa autoestima, porque não são chamados sequer pelos nomes nos locais de atendimento. A pessoa com déficit intelectual, ou a pessoa com a doença crônica, são chamadas pelo nome na sala de espera e lá vai o acompanhante. Esse comportamento segue por hospitais, clínicas, entre outros. Parece algo sem importância, entretanto, com o passar do tempo, como escutamos por diversas vezes, surgem as dificuldades para os cuidados pessoais. A Saúde mental, então, passa longe de despertar atenção dos familiares.

Alguns cuidadores informais comentam que suas vidas passam despercebidas, como capítulos interrompidos de um filme que pode recomeçar, um dia, mais tarde. Os sentimentos são confusos, porque preocupam-se com o outro sob cuidados e presumem que falar de si pode ser mal interpretado pelos familiares.

Dr. João Palma Filho
Psicólogo – CRP 146.528

Matéria publicada no jornal Regional News, edição n°1570

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